. Acesso em: 15 abr. 2015.
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- Biosfera: camada que abriga o ambiente no qual ocorre a vida, isto é, onde os diferentes seres vivos nascem, reproduzem e morrem.
Fig. 1 (p. 219)
Casal em ambiente alagado no Parque Nacional de La Tablas de Daimiel, Ciudad Real, Castilla de La Mancha, Espanha, 2010. A biosfera é o conjunto de todos os biomas da Terra.
ALBERTO PAREDES/ALAMY
- Radiação solar: este é o fator que determina todas as outras interações climáticas. Tudo o que ocorre na superfície terrestre é por causa do brilho solar.
Fig. 2 (p. 219)
Imagem computadorizada da órbita da Terra e da Lua em torno do Sol, o qual é responsável pelo desenvolvimento de todos os níveis tróficos terrestres, 2015.
MIKE ABROIOLLO/PHOTO RESEARCHERS/LATINSTOCK
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Todos os ciclos naturais possuem na radiação solar o fundamento energético: o calor que o Sol emana funciona como um motor que faz todo o sistema funcionar. Da energia solar que chega até a Terra, cerca de 51% é absorvida pela superfície e a outra parte é refletida novamente para a atmosfera. O vapor d’água e o gás carbônico são responsáveis por absorver parte do calor da radiação solar. A atmosfera por si não absorveria calor sozinha; ela necessita desses elementos e de outros gases para realizar esse trabalho. Os raios solares ultrapassam as camadas atmosféricas e chegam até a superfície, que, por sua vez, reflete o calor de volta à atmosfera, onde os gases o absorvem. Podemos afirmar, portanto, que é a superfície terrestre que aquece a atmosfera, e não o contrário.
Parte desse calor absorvido na atmosfera é refletida novamente para a superfície, a qual rebate mais uma vez o calor, em um jogo cíclico de troca de energia conhecido como efeito estufa. Trata-se de um processo que torna possível a vida na Terra, pois os gases existentes na atmosfera, junto à capacidade da superfície de absorver e refletir calor, criam um ambiente quente o suficiente para a manutenção da vida. Vejamos no esquema abaixo como ocorre esse fenômeno:
Fig. 1 (p. 220)
AVITS PUBLISHING DESIGN
Neste esquema, podemos observar a interação entre a superfície terrestre e a atmosfera no que diz respeito à energia absorvida e refletida. Anos 2000.
Radiação solar
30% perde-se para o espaço por reflexão e espalhamento
19% é absorvida pela atmosfera e pelas nuvens
4% é refletida pela superfície (continentes e oceanos)
25% é radiação solar direta
26% é difundida (espalhada) para a superfície
6% espalha-se para o espaço pela atmosfera
Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Departamento de Física. Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2015.
O clima na Terra nem sempre foi o mesmo. O planeta já passou por diversas e intensas transformações climáticas. Existiram eras glaciais, nas quais as baixas temperaturas foram predominantes, e eras mais quentes. A variação climática ocorre graças a diversos fatores, dos quais muitos ainda estão sendo estudados. Mas sabe-se que a disponibilidade dos gases responsáveis pelo efeito estufa, as explosões solares e a inclinação do eixo terrestre em relação ao Sol são algumas das causas das variações climáticas.
Glossário
Era glacial: nome dado às eras que duraram milhões de anos, quando a Terra resfriou-se, permanecendo com as temperaturas baixas; assim, grande parte do planeta ficou coberta de gelo. Também são chamadas de eras de gelo. A última glaciação ocorreu há 60 milhões de anos, quando ainda não existiam seres humanos no planeta.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Em sala de aula
É muito comum que os alunos associem o efeito estufa a um processo resultante do aumento dos gases que afetam a camada de ozônio e comprometem o clima do planeta. Atente-se para que compreendam que esse é um fenômeno natural e, inclusive, é o que torna possível a vida no planeta, já que mantém a temperatura em níveis adequados para a sobrevivência dos seres vivos.
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Conexões
O tempo e o gelo
Foram nove anos de perfuração. Do buraco na base russa Vostok, na Antártida, saíram 3.623 metros de cilindros de gelo – um recorde de profundidade – e informações sobre o clima de 420 mil anos. O Homo sapiens nem existia sobre a Terra quando toda essa neve começou a ser compactada sobre o lago Vostok. Entre os cristais de água, já estavam sendo aprisionadas migalhas do paleoclima – microbolhas de ar, grãos de sal e poeira – que hoje ajudam a entender o efeito estufa.
Este é um fenômeno natural, causado por um envelope de gases que deixam passar a radiação do Sol, aquecendo a superfície do planeta, mas impedem que parte desse calor volte ao espaço. Gases estufa como o gás carbônico (também chamado de CO2 por sua constituição química) e metano (também chamado de CH4 por sua constituição química) atuam, há bilhões de anos, como cobertor da Terra.
[…] A temperatura da época é inferida da quantidade de deutério (uma forma pesada de hidrogênio). Muitos cálculos são necessários para estabelecer a idade do gelo a cada profundidade.
Montado o imenso quebra-cabeças, surge um registro inédito do paleoclima. São ao todo quatro oscilações entre eras glaciais e interglaciais – os períodos mais quentes, como o atual. Cada ciclo dura cerca de 100 mil anos. As fases de aquecimento se iniciaram há 335 mil, 245 mil, 135 mil e 18 mil anos.
Em todas, o aumento da temperatura – numa faixa de variação de 8 °C – acompanhou o da concentração de CO2. […] Outras perfurações de gelo na própria Antártida e na Groenlândia haviam fornecido dados de até 150 mil anos atrás, no máximo. Elas já sugeriam que os ciclos glaciais eram disparados por pequenas alterações na inclinação do eixo da Terra e em sua órbita em torno do Sol. Essa hipótese ganha mais força com os quatro ciclos fossilizados no gelo de Vostok. [...]
Adaptado de: LEITE, Marcelo. O tempo e o gelo. Folha de S. Paulo. Caderno Ciência, 13 jun. 1999. Disponível em:
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